sábado, 2 de abril de 2011

LOCUS – A PRODUÇÃO



Pré-entrevista com o comerciante
Cristiano "Kibe"
Com o financiamento do Fundo de Cultura da Secretaria de Estado da Cultura do Espírito Santo – SECULT, a produção do documentário Locus iniciou-se em Agosto de 2010, estendendo-se até Dezembro do mesmo ano. Mesmo que possuíssemos uma pesquisa prévia para ajudar na lapidação do projeto contemplado pelo edital, fazia-se necessário adentrar um pouco mais o território do mundo narrativo para nos aproximar da situação e dos personagens sociais.

Da esquerda para a direita: Klaus'Berg, Raul Chequer,
Gabriel Labanca e Paulo Paraizo
A pré-produção iniciou-se com uma investigação do local e da população, o que levou diversas viagens ao Alegre conduzidas por uma equipe criativa composta por 5 pessoas: Klaus’Berg, diretor, roteirista e proponente do projeto; Francisco Filho, psicólogo, roteirista, produtor e assistente de direção; Raul Chequer, produtor, roteirista e diretor de fotografia; Paulo Paraizo, assistente de produção e assistente de câmera; e Gabriel Labanca, assistente de produção e de pesquisa.

Gravação com o Secretário Municipal
de Saúde Paulo Cassa
As pré-entrevistas com os habitantes e protagonistas do documentário foram nos indicando o rumo que a narrativa deveria tomar e, mais do que isso, apontavam quem seriam os personagens que materializariam o filme. Munidos de um caderno de produção e um gravador digital fomos conversando com diversas pessoas indicadas por outras pessoas – numa espécie de vórtice social da problemática. Esse levantamento de dados enriquecia cada vez mais o roteiro e parecia obedecer uma lógica de convívio com a diferença em Alegre, algo que importava ao registro. Porém, para cumprir as exigências do edital tivemos de terminar a pré-produção enquanto iniciávamos a produção.

O escritor Marcos Oliveira conversa
com o produtor Francisco Filho
Durante as gravações pudemos realmente assistir aos eventos culturais e sociais da cidade, ainda mais porque boa parte da equipe tinha e tem vínculos com Alegre, mas parece que precisamos sair de lá para conseguir enxergar suas peculiaridades. Pelo visto, algumas impressões só podem ser causadas através do retorno, pois o que aparentemente era comum, após um afastamento pode se mostrar extraordinário. Com duas câmeras HDV, um tripé, uma lente olho de peixe, um microfone de lapela, um microfone boom e uma pampa emprestada, passamos quatro meses gravando inúmeros fatos, acompanhando vários personagens e pessoas ligadas à questão.

Gravação com o Psicólogo
Nilson Júnior
Em momento algum escondemos dos entrevistados e dos habitantes os motivos ou os equipamentos de gravação. Tentamos testemunhar a vivência alegrense sem interromper o fluxo social do município. Apesar de solicitarmos uma ação ou outra para os protagonistas e termos desenvolvido questionários específicos para cada entrevistado, a maior preocupação do documentário era mostrar o dia-a-dia da cidade – ver como aquela comunidade se comportava e quais eram os resultados oriundos das relações estabelecidas entre os personagens e o problema narrativo.

Gravação com o escritor Marcos Oliveira
Da pré-produção à pós-produção, fizemos nosso Locus como se estivéssemos observando clinicamente as opiniões e o imaginário sobre a convivência com a loucura em Alegre, e embora tivéssemos ambições quanto ao produto final, deixamos que o acaso fosse a medida de todas as nossas pretensões.

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